A mudança na tomada
Eu sempre fui à favor de linguagens universais. Na sétima série, contudo, a professora me desiludiu dessa ideia com a notícia do esperanto, língua natimorta e da influência de regionalismos. De certa forma, o inglês cumpre hoje essa função.
Depois foi o professor de matemática que tentou me iludir, dizendo que os cientistas enviam sinais matemáticos para o espaço, porque seriam estes universais para se contatar outra cultura. O de física, no ano seguinte, trouxe a questão das milhas ainda usadas nos EUA, assim como a problematização da temperatura, que pode ser medida em celsius ou fahrenheit.
Padrões facilitam nossa vida. Apesar disso, a humanidade tem suas dificuldades em ceder para que eles aconteçam. Além do mais, sempre chega-se a um debate teórico que, sem solução - ou provas - deixa várias vertentes em aberto para que cada um escolha a que preferir.

A nossa troca de tomadas foi extremamente criticada. Poxa, estamos acostumados à nossa gambiarresca que aceita padrões americanos, alemães e paquistaneses. Criar um modelo nacional por que? Dizem que o pino do meio seria para o fio terra, obrigatório nas construções à partir dessa mudança para evitar que se queimem os aparelhos em dias de chuva. Me questiono se isso é viável, afinal, o grosso dos produtos eletrônicos vêm de fora e, pelos modelos apresentados, eles não possuem essa estrutura do fio terra. Seria assim, apenas uma troca de pinos quando a mercadoria chegasse ao nosso país.
Até onde eu estudei, a teoria do modelo brasileiro parece boa. Todavia, a nossa realidade de pouca produtividade industrial me faz questionar até que ponto isso é viável com tanto problema infra-estrutural mais sério para se resolver por aí. Alguém, além de quem vai vender adaptador pra gringo na Copa, sabe me explicar um bom motivo para termos um padrão mundial exclusivo?